Advento: tempo de mobilização
Dentro de poucos dias estaremos vivendo mais um período litúrgico do Advento, tempo no qual algumas Igrejas cristãs se preparam para a celebração do nascimento de Jesus. Talvez o que ainda não esteja tão claro é que, tanto no seu significado etimológico como no sentido litúrgico, o Advento pede mobilização por parte das pessoas. O prefixo "Ad” que está no início da palavra expressa essa necessidade de ação. Ao consultarmos qualquer gramática vamos perceber que os prefixos são morfemas colocados antes dos radicais com a finalidade básica de modificar-lhes o sentido. O morfema é a menor unidade gramatical que se pode identificar numa língua. Ele é sumamente importante na definição do sentido exato de uma palavra.
Assim sendo, tanto do ponto de vista teológico como do ponto de vista etimológico, o Advento implica um duplo movimento. O primeiro e mais importante é o da aproximação da chegada. Cristo é aquele que está se aproximado, que está chegando. E está chegando como um ladrão: de surpresa, sem hora marcada, causando impacto, roubando a cena e provocando reviravoltas. Para os cristãos e as cristãs esta chegada de improviso exige vigilância e atenção aos sinais dos tempos. Não se pode impor a Jesus uma maneira de chegar; uma maneira que atenda às nossas exigências e que se encaixe nos nossos esquemas pré-montados. Ele chegará sem avisar e quer encontrar todo mundo de pé, vigilante, pronto para acolhê-lo e servi-lo (Lc 12,35-48), especialmente no irmão e na irmã necessitada (Lc 14,15-24).
De consequência, o segundo movimento é o de ir para junto, ir ao encontro daquele que vem. Os cristãos e as cristãs não só devem ficar atentos aos sinais da aproximação de Cristo, mas devem ir ao encontro dele, antecipando de certa forma a sua chegada. Este ir ao encontro de Jesus que vem se traduz em ações concretas em favor de quem neste momento mais precisa de nós: "Vá, e faça a mesma coisa” (Lc 10,37).
trecho retirado do site da adital: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=62390
Crédito:
José Lisboa Moreira de Oliveira
Filósofo. Doutor em teologia. Ex-assessor do Setor Vocações e Ministérios/CNBB. Ex-Presidente do Inst. de Past. Vocacional. É gestor e professor do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília
Adital
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